O FREGUÊS DAS FAZENDAS

Wednesday, December 12, 2007

Tudo descontrolado

Agência Lusa
"Lezíria: Municípios querem que IRAR e autoridade saúde participem em solução para excesso de arsénio na água10 de Dezembro de 2007, 12:30Santarém, 10 Dez (Lusa)
- Os municípios da Lezíria do Tejo onde foram detectados níveis de arsénio na água superiores aos permitidos por lei pediram reuniões com as autoridades de saúde e o Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) para solucionar o problema.Francisco Matias, vice-presidente da Câmara Municipal da Chamusca, disse hoje à agência Lusa que, perante um problema que afecta vários concelhos e que tem uma origem não poluente mas geológica, é preciso encontrar uma solução abrangente, até porque os concelhos em causa vão integrar uma empresa intermunicipal, que vai gerir os sistemas de água e saneamento, e que se vai defrontar com a situação.Segundo o relatório do IRAR relativo a 2006, nove concelhos do distrito de Santarém revelam, em 16 captações, níveis de arsénio acima do permitido, situando-se seis deles na zona Sul - Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Rio Maior e Salvaterra de Magos - e três no Norte - Abrantes, Mação e Ourém.Estes municípios passaram a estar em incumprimento com a alteração dos parâmetros mínimos, impostos por directivas comunitárias, de 50 para 10 microgramas de arsénio por litro de água.No caso da Chamusca, a autarquia aconselhou a população da freguesia da Parreira (cerca de 1.400 habitantes) a não consumir água da rede nem para beber nem para cozinhar, uma vez que as análises realizadas mais recentemente apontam para um valor de 22 microgramas, disse Francisco Matias.
A autarquia está à espera dos resultados das análises que mandou fazer a um outro furo que possui na freguesia para, se forem nulos, fazer a diluição da água afectada para baixar os valores para níveis admissíveis, adiantou."Já propusemos ao IRAR uma derrogação para termos tempo para encontrar uma solução, uma vez que estamos perante um problema geológico e não poluente", disse, adiantando que se as análises de que espera os resultados não permitirem resolver o problema, terá que ser aberto um novo furo, o que demorará mais tempo.Até lá, a população da Parreira ou recorre a furos próprios ou tem que ir abastecer-se ao Chouto, o que já está a acontecer com o Centro de Dia, onde são também confeccionadas as refeições escolares, cuja água, com a ajuda de uma viatura da Junta de Freguesia, é trazida diariamente daquela localidade."A concentração de arsénio ou se resolve por diluição ou requer tratamentos muito elaborados, o que exige muitos investimentos", afirmou.No caso de Alpiarça, a autarquia reclama-se pioneira não só no cumprimento das exigências legais como na procura de soluções."Somos dos poucos concelhos do país que cumpre a lei na íntegra", disse à Lusa o vereador com o pelouro do Ambiente, José Carlos Ferreirinha, que critica o IRAR por se limitar a apontar quem não cumpre e não apresentar qualquer solução.Segundo disse, juntamente com o concelho vizinho de Almeirim, a autarquia contratou um geólogo que tem andado a estudar uma solução para o problema.
A solução poderá passar pelo isolamento da camada geológica que está a gerar os níveis de arsénio nos furos onde não é possível colocar um sistema de absorção.Este sistema vai ser colocado, em Janeiro, nos furos de Casalinho e Frade de Baixo, onde os níveis de arsénio têm rondado os 12 a 13 microgramas, mas irá provocar uma forte redução do caudal no furo de Alpiarça.O presidente da Câmara de Almeirim e da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, Sousa Gomes, disse à Lusa que o IRAR "está ciente da situação e vai reunir-se com todos os concelhos afectados para se procurar ultrapassar o problema".Segundo disse, o problema coloca-se nas captações com maior profundidade, resultando o arsénio de determinadas camadas geológicas.
Em Almeirim, adiantou, os níveis estão ligeiramente acima dos permitidos por lei em duas captações - Almeirim e Fazendas (uma com 11 e outra com 14 microgramas) -, "mas sem perigo para a saúde pública".
MLL.Lusa/fim"
Comment:
Que o Sr. Presidente da Câmara M. de Almeirim estava acima da Lei, já eu sabia.Agora acima da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dizer que aquela quantidade de arsénio injectado na rede pública, não contitui perigo para a saúde, nem mesmo eu, que já esperava tanta coisa, ousei algum dia pensar que fosse capaz de tal afirmação.